No próximo dia 22 de agosto a cidade de Cajazeiras vai comemorar 155 anos de Emancipação Política. Uma explicação se faz necessária; o 22 de agosto não é a data da criação do município que aconteceu na verdade, em 23 de novembro de 1863, quando o Presidente da Província, Francisco de Araújo Lima, sanciona a Lei n° 92, o município foi instalado no ano seguinte 1864 e o primeiro administrador foi o Presidenteda Câmara Municipal o Padre José Tomás de Albuquerque.
Treze anos depois em 10 de julho de 1876 o presidente da Província, Flávio Clementino da Silva Freire- Barão de Mamanguape- sanciona a Lei de n° 616, que elevou a vila á categoria de cidade.
Apesar dessas duas datas importantes, a Câmara Municipal, no ano de 1948, aprovou um projeto de lei de autoria do vereador Germiniano de Souza, que estabeleceu o dia 22 de agosto, dia do nascimento do Padre Inácio de Souza Rolim, para ser comemorado o dia da cidade, que foi transformado em feriado municipal, tornando perene a memória do imortal Padre Inácio de Souza Rolim.
Nascido em 1800, Rolim, filho de Vital de Souza Rolim e Ana Francisca de Albuquerque foi batizado na capela de São João do Rio do Peixe pelo Padre Inácio João. Antes de ir para o seminário de Olinda em Pernambuco, estudou no Crato – CE e, dizem em Souza. Sua ordenação ocorreu em 1825, portanto aos vinte e cinco anos de idade.
“Dele diz o Padre Heliodoro Pires, seu primeiro biografo:” Onde quer que estivesse, fundava uma escola, sempre a investir os meios de melhorar a instrução e mais proveitosamente difundi-la, como se nisso visse a pedra de toque o momentoso problema de aperfeiçoamento de sua pátria.”
Eis alguns outros depoimentos que foram dados sobre o Padre Rolim:
– A história desse padre-mestre sábio… Encheu o sertão com sua figura lendária ( José Lins do Rego).
– O Padre Rolim foi um dos mais interessantes pioneiros da civilização paraibana. Além do seu valor de sábio, sobressai o de homem de ação, que imaginou e realizou obra de maior benemerência, edificando um centro de cultura dentro do obscurantismo sertanejo do segundo quartel do século XIX ( Argemiro de Figueiredo).
– As gerações se marcam no tempo pelas obras que realizam e Padre Rolim é o símbolo de várias gerações, projetando sua obra admirável de evangelização e sabedoria para além do tempo (Edme Tavares de Albuquerque).
– O Padre Rolim, já havia sido professor de Grego nos grandes tempos do seminário, professor e diretor, lugares que voluntariamente deixou para uma vida quase como a dos anacoretas, no sertão de Cajazeiras, da Paraíba, onde acabou por fundar um colégio que foi um dos melhores de todo o interior do Nordeste, e que ainda hoje subsiste. (Olívio Montenegro).
– A sua casa de ensino se fazia á proporção que chegava novos discípulos. Cada aluno esperava por seu teto, embora já encontrasse o seu livro. (Celso Mariz).
– É pelo alcance do seu empreendimento educativo que o Padre Rolim se fez merecedor do mais elevado apreço de quantos se dedicam ao estudo da educação nacional (Sebastião Moreira Duarte).
– A moralidade e ilustração bem conhecidas desse distinto paraibano, e o assinalado serviço que ele presta à sua Província merecem a presente demonstração do meu reconhecimento (Dr. Antônio Coelho de Sá e Albuquerque).
– Seu colégio conseguiu tamanho renome, que bastava possuir-se um atestado de ter sido seu aluno para valer uma recomendação entre os contemporâneos (Eusébio de Sousa)
– Cajazeiras é o genuíno berço da liberdade e do altruísmo cristão em nossa terra, como filha espiritual de um santo como luminosa concepção de um sábio. (Cônego Francisco de Lima).
– Se Maria – foi saudada na hora do filho – de Cajazeiras tem a felicidade de ter sido grande eterna com a chegada de Ignácio o filho que engradeceu esta cidade que diz ao Brasil e ao mundo- meu filho fez meu destino fazendo crescer a minha Cajazeiras. (Rosilda Cartaxo).
– O que vale dizer que ele nasceu juntamente com a cidade, a que ligou seu destino, ao longo de todo o século XIX, vivido por ele, na sua permanente preocupação com o futuro de sua terra, acompanhando o seu desenvolvimento desde a primitiva condição de fazenda até a projeção que alcançou como uma das mais importantes cidades da Província (Deusdedit Leitão).
– Louvores sejam dados ao digno sacerdote que assim há amenizado e polido os rudes costumes da mocidade de nossos sertões. O Padre Inácio de Sousa Rolim, seu instalador e regente, é credor de encômios e respeito de todos os brasileiros. (Do relatório do Diretor da Instrução Pública da Província da Paraíba, em 1865).
– Honra e glória ao fundador de Cajazeiras, cujo nome ocupa, ao lado de Ibiapina, grande quadra de nossa História espiritual. Se outra obra não deixara, assinalando-lhe a passagem do espírito luminoso, bastaria a cidade-árvore que plantou, á luz do alfabeto e ao lado da Cruz, (Ministro Ernani Saturo).
– Salientou-se imediatamente pela inteligência fulgurante, pela viva sede de estudo e pelo procedimento modelar (Padre Heliodoro Pires).
– O grande Padre Rolim, esta figura invulgar de educador e apóstolo que a par do zelo da glória de Deus e do bem da juventude, demonstrou sempre tal vitalidade de espirito que, ainda hoje, sem embargo da distância, não se apagou a sua lembrança. Dele não há exagero em afirmar que a virtude pede meças ao saber (Monsenhor Pedro Anísio Bezerra Dantas).
– O Padre tornou-se a figura maior mercê de sua formação humanista adquirida, sobretudo, no seminário de Olinda, onde foi sagrado presbítero, em dois de outubro de 1825, bem assim como da difusão da língua grega, professor que se fez do famoso colégio Pernambucano do Recife. (Francisco Sales Cartaxo Rolim).
– O Padre Rolim deixou uma obra cultural, educacional, cristã de imenso valor, a partir dos seus livros e de suas ações. (Senador Ronaldo Cunha Lima).
– O Padre Inácio de Sousa Rolim é desta sementeira disseminada no Brasil (os jesuítas). Ele veio depois, mas seguiu a trilha dos que o antecederam. Continuou a obra de educação é uma segunda catequese, pela qual se prepara o material humano do futuro, se plasma o patriota, se forma o soldado, se emoldura o cidadão (Luiz Pinto).
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